quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Drogas ameaçam América Latina

Extensas áreas de plantações de coca foram detectadas nas terras dos índios ticunas.
Do lado da fronteira entre Brasil, Uruguai e Paraguai, há também a ameaça de criação do “maior centro de contrabando da América do Sul”.
O general referiu-se diretamente à chamada “mexicanização” da nossa fronteira com o Peru, por meio da ação ousada e crescente dos cartéis de drogas oriundos de uma das mais violentas regiões no mundo.
Na fronteira colombiana, é contínuo o risco de ação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que também negociam armas e drogas com os traficantes, incluindo brasileiros.
Portanto, todas nossas fronteiras merecem atenção especial por causa do tráfico de drogas, armas e contrabando, os principais propulsores da economia do crime.
Nos últimos cinco anos, cerca de 40 mil pessoas foram mortas, no México, em conexão com o tráfico de drogas, conforme dados revelados pelo New York Times.
Conforme reportagem de Davien Cave, deste jornal, as redes sociais, por exemplo, não são somente um meio de informação, mas um meio de sobrevivência, principalmente nos estados mais violentos, como Vera Cruz e Tabasco.
Pessoas transmitem pelo Twitter avisos sobre tiroteios na cidade, alertando sobre o risco de se trafegar por determinadas ruas. Tais informações representam, muitas vezes, a única fonte de notícia verdadeira, já que os meios de comunicação sofrem intensa pressão dos criminosos para não divulgarem suas ações.
Em relação à imprensa, lembremos que o México superou a Colômbia e, hoje, é o país mais perigoso do continente para o exercício da profissão de jornalista.
A organização Repórteres sem Fronteiras adverte que 46 jornalistas mexicanos já foram assassinados, desde 2000, em função da represália pela divulgação de notícias sobre o tráfico de drogas.
Os cartéis conseguem se infiltrar por meio de pagamento de suborno nas instituições locais, mesmo policiais, e obter assim informações privilegiadas sobre o trabalho da imprensa.
Interessante e dramática reportagem intitulada Violência no México – Toda a Verdade, que pode ser assistida no Youtube, exemplifica a situação de medo e pânico com base em depoimentos.
Jovens da cidade de Tijuana e Juarez, na fronteira com os Estados Unidos, relatam, por exemplo, que têm medo de ir ao cinema por causa da ação de criminosos.
As causas desta violência estão diretamente ligadas aos EUA, considerado o maior consumidor de drogas no mundo.
O jornalista Jean-François Boyer, autor do livro A guerra perdida contra as drogas (Ed. La Découverte, Paris, 2001), explica que o avanço da criminalidade está associado ao declínio econômico do país, que desde sua abertura, nos anos 80, adaptou-se às necessidades dos EUA, passando a exportar produtos mexicanos a preços competitivos graças à mão-de-obra barata.
Além disso, em função da crise financeira de 2008, o México sofreu brutal queda nas suas exportações devido à redução do consumo americano.
Impunidade e corrupção também são fatores que alimentam a ação dos cartéis. O governo do presidente Felipe Calderon, que deverá deixar o poder no ano que vem, após seis anos, identificou 233 zonas, onde a criminalidade atua livremente sem repressão ou controle.
“Sucursal” econômica dos EUA e sede de poderosos cartéis de drogas, o México precisa encontrar com urgência sua personalidade política independente e enfrentar o crime organizado, que se infiltrou profundamente na sociedade.
Com a ajuda americana de US$ 1,4 bilhão, os mexicanos têm de continuar priorizando o combate antidrogas com ações estratégicas e militares para se tornarem realmente independentes.

Fonte: abead.com.br

Mistura de álcool e drogas levou Nem à UPA da Rocinha, diz delegado

img-09-11-01.jpgA mistura de álcool e drogas foi o que levou o traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como "Nem", suspeito de ser o chefe do tráfico da Favela da Rocinha, a buscar atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Rocinha, na Zona Sul do Rio. A informação é do delegado da 15ª DP (Gávea), Carlos Augusto Nogueira Pinto.

"Há informações de que ele teria misturado drogas com álcool. Há outras informações, que pra nós não procedem, de que teria sido um tiro acidental, mas pra nós não é isso, realmente foi o álcool junto com a droga", afirmou o titular da 15ª DP. "Enfim, estamos investigando todas essas versões e tentando capturá-lo".

Ainda de acordo com as investigações, Nem foi embora da UPA com uma bolsa de soro no braço. "Ele procurou socorro. As circunstâncias que envolveram esse socorro é que devem ser investigadas. Ele foi com muitas pessoas pra lá, foi fortemente armado, permaneceu muito pouco tempo no local", disse Carlos Augusto Nogueira.

Moradores denunciam toque de recolher
O traficante teria sido visto por moradores participando de uma festa na comunidade que começou na noite de domingo (6) e durou até a manhã de segunda-feira (7). As informações são de que, durante o evento, Nem estava bastante nervoso.

E segundo relato de moradores, Nem teria chegado à unidade acompanhado de traficantes armados de fuzis, que davam cobertura do lado de fora. O traficante estaria impondo o terror a quem vive na região.

Os moradores também afirmam que o traficante impôs o toque de recolher na comunidade há quatro dias. "A partir de quinta-feira à tarde, todo mundo tem que ficar recolhido, não sair de casa, as crianças têm que evitar de ir pra escola.

Tem alguns medos, né, mas a gente não pode fazer nada, não tem pra onde ir. Parentes geralmente moram muito longe, as pessoas não têm dinheiro pra sair, pra se manter em outro lugar.

A única solução é ficar dentro de casa e rezar", disse uma moradora que, por medo, não quis se identificar.

Disque-Denúncia oferece recompensa de R$ 5 mil
Nem teve a prisão decretada pela Justiça, mas continua foragido. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece R$ 5 mil de recompensa a quem tiver informações sobre o paradeiro do traficante.

O anonimato é garantido. Desde às 9h30 de segunda-feira (7), foram 15 denúncias anônimas sobre a ida de Nem à UPA da Rocinha.

A informação que o traficante esteve na unidade na segunda-feira (7) foi confirmada nesta manhã pelo delegado da 15ª DP (Gávea), Carlos Augusto Nogueira Pinto.

A Secretaria municipal de Saúde disse que não tem informações do atendimento do traficante na unidade, mas garantiu que o funcionamento do local foi normal.

Operação para combater crimes
Na quinta-feira (3), agentes da Polícia Civil apreenderam 90 rojões de artilharia antiaérea durante uma operação para combater crimes na Favela da Rocinha. Segundo os investigadores, 12 pessoas foram detidas. Não houve confrontos ou drogas apreendidas. A polícia também estourou centrais de TV a cabo e internet clandestinas, além de uma clínica de aborto.

A Rocinha é uma das próximas favelas do Rio a ganhar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). De acordo com a polícia, boa parte da droga que chega ao Rio de Janeiro vai para a Rocinha.

Outras ações na Rocinha
Nem é um dos criminosos mais procurados do estado do Rio e conseguiu escapar de vários cercos feitos pela polícia.

Em abril deste ano, numa operação que reuniu cerca de 200 policiais de diversas delegacias especializadas, foram apreendidas quase três toneladas de maconha, veículos, além de uma grande quantidade de produtos piratas. Onze pessoas foram presas, mas Nem conseguiu fugir.

Em fevereiro deste ano, a Justiça aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público contra policiais civis e militares, presos na Operação Guilhotina, da Polícia Federal.

Segundo promotores, os policiais recebiam R$ 50 mil por mês para passar informações sobre operações policiais na Rocinha e ainda vendiam para traficantes da favela armas apreendidas com criminosos de facções rivais.

Fonte: G1.com.br

sábado, 19 de novembro de 2011

São Paulo terá consultório móvel para tratar viciados em crack, diz ministro da Saúde

FÁBIO BRANDT
DE BRASÍLIA 


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), disse em entrevista ao UOL e à Folha que enviará dinheiro, até o próximo mês, para que a cidade de São Paulo implemente consultórios móveis especializados no atendimento de viciados em drogas.
As unidades --chamadas “consultórios de rua”-- são como “trailers” que funcionarão 24 horas. As equipes, compostas por médicos, enfermeiros e psicólogos, terão autonomia para decidir pela internação involuntária dos pacientes, disse o ministro. “Se o profissional de saúde avaliar que aquela pessoa corre risco de vida, nós temos protocolos claros da internação involuntária, inclusive defendida pela Organização Mundial da Saúde”, afirmou.
O ministro falou sobre o assunto no programa “Poder e Política – Entrevista”, conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.
No Brasil, segundo Padilha, já há 80 consultórios de rua em cidades grandes. São Bernardo, Osasco, Goiânia e Brasília são algumas das cidades pioneiras no projeto, iniciado em 2010

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

SP dobrará número de leitos para tratar dependentes de álcool e outras drogas


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Governo do Estado de Sao Paulo

Ampliação da rede de internação e atendimento a dependentes químicos integra o Programa Estadual de Políticas sobre Álcool e Drogas

A Secretaria de Estado da Saúde vai dobrar, em dois anos, o número de leitos para internação de pessoas com dependência em álcool e outras drogas no Estado de São Paulo. A medida integra o Programa Estadual de Políticas sobre Álcool e Drogas.
A proposta é expandir o número de clínicas para tratamento gratuito dos dependentes químicos pelo Estado, em regime de internação de curta permanência e atendimento multidisciplinar, além de ampliar e integrar os serviços já existentes, formando, desta forma, uma grande rede.
São Paulo possui hoje cerca de 400 leitos exclusivos para internação de curta permanência e tratamento de dependentes químicos, na capital, Grande São Paulo e interior. Essas vagas são custeadas pelo governo do Estado, já que a atual política de saúde mental Ministério da Saúde não prevê tratamento de dependentes por intermédio de internação. Até 2013 este número deverá chegar a 800 leitos.
"A proposta das novas clínicas de reabilitação é que, além de medicação específica, os pacientes em tratamento recebam atendimento psicológico individual e coletivo e participem de atividades físicas e esportivas, além de realizar terapias ocupacionais", afirma o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.
O objetivo é oferecer um modelo voltado à desintoxicação, mas fora do ambiente de enfermaria hospitalar. Caberá aos municípios realizar a triagem desses pacientes, verificando a necessidade de internação. Ao longo do primeiro semestre deste ano foi realizado um grande mapeamento da oferta atual de serviços e leitos para dependência química. O Estado foi dividido em cinco macrorregiões, onde as novas clínicas deverão ser instaladas: Grande São Paulo, Bauru/Botucatu, Ribeirão Preto, Presidente Prudente e São João da Boa Vista. Alguns locais ainda serão definidos.
Na cidade de São Paulo, o Hospital das Clínicas da FMUSP terá um prédio voltado, exclusivamente, ao tratamento de dependência química. Com 52 leitos, dos quais 40 para adultos e 12 para adolescentes, o local também abrigará uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps-ad), que atenderá 25 pacientes de alta complexidade por dia, e uma unidade do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que receberá até 14 famílias diariamente.
O centro do HC contará com equipes multidisciplinares, com assistentes sociais, enfermeiros e psicólogos, responsáveis por conhecer o cenário social do paciente: se ele tem emprego, família, quem são os amigos e se o uso de drogas e álcool faz parte do dia-a-dia dele. Também haverá escritórios, centros de pesquisa, salas de aula e salas de reuniões para familiares. A unidade, que deverá ser implantada em uma área de 3 mil metros quadrados do Hospital Cotoxó (serviço hospitalar do HC no bairro da Pompéia), terá como finalidade, além da assistência aos dependentes químicos, testar novos tratamentos e expandi-los para outras regiões do país.
Ainda na capital paulista a Secretaria deverá transformar o Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde Mental) Água Funda, na zona sul, em um centro exclusivo para tratamento de dependência química.
Neste novo serviço, serão disponibilizados 130 leitos exclusivos para dependentes de Álcool e Drogas ao longo do primeiro semestre de 2012. Além disso, o Hospital Psiquiátrico Lacan, em São Bernardo do Campo, oferecerá leitos de internação exclusivos para grávidas adolescentes, além de 40 novos leitos destinados a adolescentes dependentes químicos.
O atendimento realizado no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas) será ampliado. Além dos cerca de 1 mil atendimentos por mês atualmente realizados por equipe multiprofissional, também funcionará como porta de entrada para os dependentes químicos que circulam na "Cracolândia", acolhendo pessoas com síndrome de abstinência leve e moderada, por até 12 horas.
Em Botucatu, interior paulista, o governo está investindo mais de R$ 12 milhões para a implantação do Serviço de Atendimento Psiquiátrico para Dependentes Químicos, Álcool e Drogas, que começará a funcionar no primeiro semestre de 2012. Serão 3,7 mil m² de área construída divididos em oito blocos, com 76 leitos, dos quais 10 voltados para desintoxicação. Outras regiões do Estado também contarão com serviços de internação especializados em álcool e drogas.

Dirigir alcoolizado, tragédia evitável


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Folha de São Paulo

O motorista já deveria saber que, quando toma a decisão de dirigir após ingerir bebida alcoólica, aumenta a chance de prejudicar a si e aos outros
Um ministro do Supremo Tribunal Federal toma a decisão, "tecnicamente perfeita", segundo alguns juristas, de considerar que atropelar e matar alguém, dirigindo alcoolizado, não constitui dolo.

Paralelamente, todos os dias os jornais publicam notícias sobre perdas de vidas no trânsito.

A aprovação de lei federal de 2008 reduzindo drasticamente o índice de álcool permitido ao motorista de um veículo impulsionou grande repercussão do assunto na mídia, e a fiscalização do comportamento pelos órgãos de trânsito.

Os cidadãos começaram, finalmente, a ter conhecidos (ou a serem eles mesmos) parados por policiais e submetidos ao bafômetro.

Infelizmente, a fiscalização constante durou pouco após o início da mudança de comportamento das pessoas (por exemplo, por meio da organização de planos alternativos para voltar para casa).

E mesmo onde a fiscalização ainda é frequente, a brecha na lei que permite que os indivíduos decidam se querem ou não realizar o bafômetro reduz significativamente a efetividade da lei.

Autoridades resumem por que não conseguimos avançar mais no combate ao dirigir alcoolizado quando qualificam de "deslize" esse comportamento.

Com toda a informação que já tem sido veiculada, o motorista brasileiro já deveria saber que, quando toma a decisão de dirigir após ingerir bebidas alcoólicas, está aumentando, racionalmente, a chance de prejudicar a si mesmo e aos outros.

Dirigir alcoolizado ainda é algo controvertido em nossa sociedade. Verbalizamos ser contrários a dirigir sob efeito do álcool, mas acreditamos (erroneamente) que apenas a ingestão de altas doses está relacionada a acidentes. Ou nos insurgirmos contra a interferência do Estado no nosso direito de decisão.

No fundo, trata-se de uma "contabilidade interna" na qual dirigir com ingestão de álcool parece um risco pequeno (o de ser pego pela fiscalização ou de causar acidente) diante das vantagens (fácil e rápida mobilidade).

Apenas a adoção de estratégias que funcionaram no mundo todo pode mudar o quadro atual.

As principais delas são: a) os motoristas que decidirem não soprar o bafômetro quando requisitados serão considerados imediatamente culpados de dirigirem alcoolizados; b) manter intensa fiscalização com o uso de bafômetro; c) consequências imediatas para aqueles que forem pegos dirigindo alcoolizados; d) intensa participação da mídia na divulgação das consequências do dirigir alcoolizado (notadamente acidentes e penalidades).

Por último, chegou a hora de a sociedade civil realmente se envolver. A grande redução dos índices do dirigir alcoolizado só ocorreu em diversos países quando se formaram frentes de cidadãos (não relacionadas a indústrias de álcool), geralmente liderados por pessoas atingidas de alguma forma por um acidente e que passaram a informar o público e pressionar os políticos.

Direta ou indiretamente, somos todos atingidos em nosso direito de cidadãos quando ocorre uma tragédia perfeitamente evitável.

ILANA PINSKY, psicóloga, é professora afiliada da Unifesp e vice-presidente da Abead (Associação Brasileira dos Estudos de Álcool e outras Drogas).

Mortes por overdose de analgésicos triplicam em 10 anos nos EUA

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De Kerry Sheridan (AFP)

WASHINGTON — As overdoses letais de analgésicos triplicaram na última década e hoje provocam mais mortes do que o consumo de heroína e cocaína, alertaram esta terça-feira autoridades sanitárias dos Estados Unidos.
Segundo um estudo realizado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a quantidade de analgésicos disponível no mercado é tão grande que seria suficiente para medicar todos os americanos com uma dose padrão a cada quatro horas durante um mês inteiro.
"A epidemia de overdose de medicamentos com receita nos Estados Unidos piorou nos últimos dez anos", lamentou o relatório do CDC, intitulado "Sinais Vitais".
O estudo se concentrou nos analgésicos opiáceos, que incluem a oxicodona, a metadona e a hidrocodona, mais conhecidas sob o nome de Vicodin, cuja venda quadruplicou em farmácias, hospitais e consultórios médicos desde 1999.

No ano passado, 12 milhões de americanos maiores de 12 anos, pouco menos de 5% da população, disseram ter tomado analgésicos com receita para fins recreativos e não por causa de um problema médico.
O número de mortes por overdose de analgésicos opiáceos mais que triplicou, saltando de 4.000 pessoas em 1999 para 14.800 pessoas em 2008.
As mortes por medicamentos de receita representaram quase 75% dos óbitos por overdose nas quais aparece, na certidão de óbito, um medicamento específico, acrescentou o estudo dos CDC, segundo os quais as mortes e hospitalizações aumentaram paralelamente ao aumento da oferta.
O volume de vendas dos três opiáceos incluídos no estudo chegaram a 7,1 quilos por 10.000 habitantes no ano passado, o que representa 710 miligramas por pessoa nos Estados Unidos.
"No ano passado, foram receitados analgésicos opiáceos (OPR, na sigla em inglês) em quantidade suficiente para medicar todos os adultos americanos com uma dose de tratamento de dor padrão de cinco miligramas de hidrocodona (Vicodin e outros) para tomar a cada quatro horas durante um mês", acrescentou o documento dos CDC.
Apesar de uma parte relativamente pequena da população americana admitir abusar dos analgésicos, os custos para as companhias de saúde são enormes, chegando a 72,5 bilhões de dólares ao ano, segundo o estudo.
As áreas rurais e mais pobres tendem a ter as taxas mais elevadas de mortes por overdose de medicamentos com receita.
A epidemia afeta mais os homens brancos de meia idade, os índios americanos e os nativos do Alasca, acrescentou o estudo.
Os estados poderiam melhorar a situação, através de registros de vigilância de drogas e da documentação de seguros médicos, "que pode identificar e atender os casos de prescrição e consumo inadequados", destacou o informe.
A adoção de mais leis contra os chamados "pill mills", locais onde é possível obter remédios de receita, mesmo sem ter necessidade de tomá-los, também poderia reduzir o problema, acrescentou.
"Uma política de Estado pode fazer uma grande diferença para impedir que isto continue", disse o diretor dos CDC, Thomas Frieden.