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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
A Situação do Crack e outras Drogas nos Municípios Paulistas
Acesse:
Mais sobre o Crack:
Jovens e crianças são 67% dos atendidos por uso de crack em SP
Em 58 cidades de SP crack supera álcool em pedidos de tratamento na rede pública
Crack: os dramas de dependentes químicos ricos e pobres
País tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína
II Lenad
Promotoria investiga clínica pública de SP que custa R$ 20 mil/mês por paciente
O Ministério Público de SP abriu um inquérito para investigar o valor
pago pela prefeitura para uma instituição conveniada que atende
dependentes químicos.
O Said (Serviço de Atenção Integral ao Dependente), na zona sul de
São Paulo, é administrado pela Organização Social do Hospital Samaritano
e recebe R$ 1,56 milhão por mês fixos para atender 80 pacientes --um
custo médio de R$ 20 mil/mês por pessoa.
Editoria de Arte/Folhapress |
A diária de R$ 650 é dez vezes o valor da diária paga pela prefeitura para outras clínicas conveniadas (R$ 65).
Também é superior ao valor cobrado por clínicas particulares
conceituadas voltadas para a classe média alta, como a Grand House (R$
235), a Vila Serena (R$ 315) e a Bairral (R$ 535, no quarto luxo com TV e
frigobar).
Só fica abaixo do valor da Greenwood, preferida por artistas, que custa entre R$ 645 e R$ 967, em média, por dia.
O inquérito civil instaurado pelo promotor Valter Foleto Santin apura
"eventual prejuízo ao erário, em gasto desnecessário e excessivo".
METODOLOGIA DOS EUA
A prefeitura diz que o valor é justo para o trabalho, baseado na
metodologia da clínica norte-americana Chestnut Health Systems, que
oferece um plano específico para cada paciente por meio de uma equipe
multidisciplinar.
Também diz que, no valor mensal fixo repassado à instituição, está
incluso todo o tratamento dos pacientes e eventuais custos com reformas e
equipamentos --quando inaugurado, em 2010, o local já havia passado por
uma reforma de R$ 5,5 milhões.
Os valores das clínicas privadas citadas só não incluem medicação
(porque ela não costuma ser usada por todos os pacientes e nem em doses
iguais entre os que a usam).
Cobrem, no entanto, todas as refeições, o atendimento de
profissionais de equipes multidisciplinares (psiquiatra, clínico geral,
enfermeiros e até nutricionistas) e custos do prédio (como o de aluguéis
e de eventuais reformas).
A maioria delas tem piscina, área verde e amplo espaço para a prática de esportes.
O Said funciona no prédio de um antigo motel, que hoje pertence ao
poder público. A área de lazer se resume a uma quadra de concreto.
"É um valor bastante alto. É possível fazer o trabalho por menos",
diz Silze Morgado, diretora da Vila Serena, que oferece atendimento
gratuito para o paciente por um ano após o tratamento e recupera, em
média, 70% deles -a prefeitura não informou a taxa de recuperação do
Said.
OUTRO LADO
A Secretaria Municipal da Saúde afirmou que o valor se justifica
porque o Said "é um hospital de pequeno porte e altamente
especializado".
"O modelo de trabalho é diferenciado, ainda sem similares no Brasil. O
hospital é responsável por cerca de 70% dos tratamentos involuntários
da rede, considerados os mais complexos", afirmou.
Segundo a pasta, o local atende, prioritariamente, pacientes da cracolândia.
Os recursos, afirmou, servem para a manutenção de todo o projeto, bem
como a aquisição de novos equipamentos, reformas, tratamento
individualizado e manutenção de equipe multidisciplinar (médicos,
enfermeiros, dentistas, técnicos de enfermagem, terapeutas ocupacionais,
psicólogos). Ao todo, são 220 profissionais.
A secretaria e o Samaritano dizem que prestarão todos os esclarecimentos solicitados pelo Ministério Público.
Tendência conservadora é forte no país, diz Datafolha
A maioria dos brasileiros é tolerante com a homossexualidade, mas é
contra a liberação do uso de drogas. A maioria acha que a desigualdade
social alimenta a pobreza, mas acredita que a maldade das pessoas é a
principal causa da criminalidade.
Esse contraste entre posições liberais e conservadoras é uma marca da
sociedade brasileira, de acordo com pesquisa nacional feita pelo
Datafolha no último dia 13. Foram realizadas 2.588 entrevistas em 160
municípios.
Inspirado por uma metodologia adotada por institutos de pesquisa
estrangeiros, o Datafolha submeteu os entrevistados a uma bateria de
perguntas sobre assuntos polêmicos para verificar a inclinação das
pessoas por valores liberais e conservadores.
Entre os temas explorados pelo levantamento, a questão que menos
divide a sociedade brasileira diz respeito à influência da religião na
vida das pessoas. Para 86%, crer em Deus torna as pessoas melhores. Só
13% acham que isso não é necessariamente verdadeiro, afirma o Datafolha.
A questão que mais divide os brasileiros, de acordo com a pesquisa,
tem a ver com o papel dos sindicatos. Para 49%, eles são importantes
para defender os interesses dos trabalhadores.
Mas 46% acham que eles servem mais para fazer política do que para representar seus filiados.
Mas 46% acham que eles servem mais para fazer política do que para representar seus filiados.
Para 61% dos entrevistados, parte da pobreza brasileira pode ser
explicada pela falta de oportunidades iguais para que todos possam subir
na vida. Para 37% o problema é a preguiça de pessoas que não querem
trabalhar.
A desigualdade é o fator principal na opinião dos mais jovens, e uma
explicação menos convincente para os mais velhos. Na região Sul do país,
50% acham que a falta de oportunidades é o problema, e 48% culpam a
preguiça.
Ed. de Arte/Folhapress | ||
Lei seca mais rígida multa quase mil motoristas no Rio e em São Paulo
No Rio, dos 5,7 mil motoristas parados, 832 foram multados, e cinco, presos.
Em São Paulo, 62 acabaram multados, e oito, presos.
Os primeiros dias da lei seca mais rígida registrou quase mil motoristas multados e 13 presos por embriaguez somente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Segundo a polícia, em São Paulo, a quantidade de motoristas que se recusam a fazer o teste do bafômetro é muito pequena. De sexta-feira (21) até a madrugada do Natal, 883 pessoas fizeram o teste e só duas recusaram.
Em São Paulo, 62 motoristas foram multados porque estavam embriagados, e oito acabaram presos.
No Rio de Janeiro, o fim de semana do Natal também teve blitz da lei seca. Dos 5,7mil motoristas parados, 832 foram multados, e cinco, presos.
A lei seca mais rígida só não valeu para quem foi prevenido. “O meu marido bebeu e aí eu resolvi não beber para trazer o carro”, disse a advogada Viviane Lima Mendes.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Dobra o número de empresas que exigem antidoping aos funcionários
Folha de São Paulo - FELIPE ODA - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um teste de conhecimentos gerais, uma dinâmica em grupo, uma prova dissertativa e duas entrevistas. Depois disso, o processo de admissão para a vaga de engenheiro químico em uma indústria de fertilizantes em Cubatão (SP) parecia concluído. "Mas fui avisado de que deveria fazer o teste de drogas", lembra o então candidato, de 27 anos, que preferiu não se identificar.
A exigência por exames toxicológicos está cada vez mais comum entre empresas brasileiras. Levantamento feito pela sãopaulo com dados do Laboratório de Análises Toxicológicas da USP e do Maxilabor -os únicos que realizam todo o procedimento em território nacional, inclusive para outros laboratórios- aponta que o número de empresas que monitoram o consumo de drogas entre funcionários e candidatos a vagas de emprego mais que dobrou neste ano em relação a 2011. Consequentemente, também cresceu o número de testes realizados e positivos flagrados em 2012. Olga Lysloff/Folhapress Manipulação de exames com urina para detecção de drogas no laboratório Maxilabor, zona oeste de São Paulo O aumento na procura dos exames motivou o Conselho Federal de Medicina a emitir, no mês passado, um parecer sobre o tema. "Não é eticamente aceitável", diz Hermann von Tiesenhausen, conselheiro e relator do parecer 26/12, que considera o exame "invasão de privacidade". O argumento também é defendido por juristas contrários ao antidoping corporativo. Realizado por uma empresa brasileira pela primeira vez em 1992, o exame toxicológico é capaz de detectar a ingestão ou a exposição a substâncias tóxicas ou drogas, por meio de análise com fluidos corporais ou amostras biológicas. No país, os testes com urina, saliva e pelos são os mais usados. O consumo de até dez drogas pode ser verificado. Até novembro, cerca de 500 empresas haviam contratado os serviços do Maxilabor e da USP. Em 2011, foram 230. Pelas contas de Maurício Yonamine, diretor do laboratório da USP, o Estado de São Paulo responde por 40% da demanda. "Principalmente as empresas de transporte rodoviário." Além delas, a indústria e os setores de segurança e aviação são os que mais monitoram os empregados. Concursos públicos como o da Polícia Federal e o do Corpo de Bombeiros também exigem o antidoping. "Precisei fazer o teste no pré-admissional", conta um piloto de avião, de 30 anos, que também preferiu manter o anonimato. "Uma semana antes [do teste], havia cheirado cocaína. Estava tenso. Achei que seria pego, mas não deu nada", diz ele, que foi contratado por uma empresa de aviação comercial que atua em São Paulo. Uma resolução de 2011 da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) prevê exames antidoping para pilotos, mecânicos e outros profissionais do setor. As empresas têm até o segundo semestre de 2013 para iniciar os testes. FLAGRANTE Neste ano, 53.400 exames toxicológicos foram feitos no Brasil. Quantidade expressiva se comparada aos cerca de 20 mil feitos em 2011, mas pouco significativa em relação ao 1,5 milhão de exames anuais dos EUA, segundo o Instituto Brasileiro de Estudo e Avaliação Toxicológica. Como no caso do piloto e do engenheiro entrevistados, "cerca de 40% dos testes são feitos na admissão", afirma Anthony Wong, toxicologista e diretor do Maxilabor. Apesar de não responderem pela maioria dos exames, os aspirantes a uma vaga são os mais flagrados --até 27% dos candidatos são descartados pelo uso de ilícitos. A incidência é bem inferior entre os funcionários submetidos ao antidoping rotineiro, 4,3%. A cocaína e seus derivados (crack e oxi) lideram as ocorrências de flagrante. Entre os candidatos a uma vaga, 71% daqueles cujo resultado deu positivo são pegos com uma ou mais dessas substâncias. Já entre os contratados, a média é de 25%. "A maconha vem em segundo", diz Wong. Para o presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo, Claudio Peron Ferraz, o exame, para seleção, fere o direito do indivíduo. "Viola o direito à intimidade de cada um." No entendimento do jurista e de Estevão Mallet, professor de direito trabalhista da USP, esse antidoping quebra o sigilo médico do paciente. Para Mallet, caso alguém seja flagrado, a informação pode ser repassada para profissionais não médicos. "Não há problema na comunicação entre médicos, mas outros profissionais podem saber [do resultado]", explica ele, que admite que a discussão sobre os exames é controversa. Os laboratórios garantem o sigilo dos pacientes, já que a pessoa é identificada por um código de barras. "O exame não é antiético, porque não há uso seguro de droga. O impacto do uso individual reflete na coletividade", rebate Ana Cecília Marques, psiquiatra da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas. Parte da polêmica pode ser atribuída à falta de leis. "Nossa legislação trabalhista é um tanto defasada", diz Mallet. A lacuna jurídica também cria situações "delicadas". Um empregado em uma metalúrgica de Piracicaba (SP) afirma que "mesmo não consumindo drogas" sente-se coagido. "Não posso negar. O que a empresa vai pensar caso não faça o teste?", diz ele, 43, que faz exames de urina rotineiramente. Evitar a "coação" é outra justificativa do Conselho Federal de Medicina contra o exame. E, apesar da falta de amparo jurídico, o conselho diz que a exigência dos exames por médicos das empresas é passível de punição. "São cinco penas que podem ser aplicadas ao médico: advertência confidencial, censura confidencial, censura pública, suspensão do exercício profissional até 30 dias e a cassação do médico", explica Von Tiesenhausen. O laboratório da USP, há 20 anos no mercado, e o Maxilabor, há 13 anos, contam que nunca foram acionados na Justiça por um flagrante. Ao contrário da atitude dos americanos, no Brasil o positivo não costuma resultar em demissão. Só uma pessoa, diz Wong, foi demitida após exame no Maxilabor. |
Justiça Federal veta propaganda de cerveja e vinho antes das 21h
Mensagens negativas não convencem dependentes químicos
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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
A MEMÓRIA DO PRAZER E RECAÍDAS
No geral o PRAZER pode ser simplesmente definido como
uma sensação de “bem estar”. O prazer é uma resposta do organismo ou da
mente indicando que nossas ações estão sendo benéficas ao nosso corpo.
Falando em dependência química já instaurada, temos a questão do
mecanismo psicológico de buscar a droga e a necessidade biológica que se
cria no organismo devido à necessidade do prazer.
Os circuitos de neurônios encarregados de reconhecer sensações
agradáveis ao organismo se dirigirem para uma área do cérebro que
funciona como um “CENTRO DE RECOMPENSA”.
Quando os neurônios localizados nesse centro são ativados
repetidamente por uma substância química ou por uma sensação de prazer
induzida por determinado comportamento, eles vão ativar os circuitos que
se conduzem para o “CENTRO DE BUSCA”, que é uma área do cérebro capaz
de induzir alterações comportamentais que levam à repetição do prazer
obtido anteriormente.
Este tipo de mecanismo funciona não somente para o uso de drogas, mas
para qualquer outro tipo de prazer (alimentação, sexo, jogo, compras) e
neste sentido esta estrutura de funcionamento cerebral foi criada para
desempenhar a função de preservação da espécie.
No entanto, no caso das drogas (e de qualquer outra compulsão) há uma
interferência (não natural) neste sistema de recompensa, o que causa
uma espécie de “CURTO CIRCUITO”, as drogas acabam causando uma ilusão
química de prazer, que induz a pessoa a repetir seu uso compulsivamente.
Com a repetição do consumo, perdem o significado todas as fontes
naturais de prazer e só interessa aquele imediato propiciado pela droga,
mesmo que isso comprometa e ameace a vida do usuário. É como se as
drogas corrompessem completamente o ESQUEMA CEREBRAL DE RECOMPENSA.
Neste sentido as recompensas servem para manter a frequência
excessiva de uso, a sua intensidade e duração, apesar das consequências
negativas graves e de longa duração.
Para quem está de fora deste processo fica difícil entender por que o
usuário de cocaína ou de crack, já com a saúde deteriorada e tendo
passado por várias perdas, não consiga abandonar a droga. Tal
comportamento apenas reflete uma disfunção do cérebro. O foco do
dependente químico se volta para o prazer imediato propiciado pelo uso
da droga, fazendo com que percam significado todas as outras fontes de
prazer.
A dependência é, então, o fruto do mecanismo psicológico que leva o
indivíduo a buscar o prazer e impedir o desprazer, e fruto das
alterações cerebrais que a droga provoca. Essa influência entre aspectos
psicológicos e efeito farmacológico acaba determinando o perfil dos
sintomas de abstinência de cada pessoa. A compulsão é menor naquelas que
toleram a abstinência um pouco mais, e maior nas que a inquietação é
intensa diante do menor sinal da síndrome de abstinência.
Para entendermos um pouco o mecanismo da abstinência e de recaída
também temos que entender como funciona a memória do prazer, associada
às questões comportamentais.
Nossa memória costuma ser analisada em dois grupos: aquelas das quais temos consciência e as que geralmente estão esquecidas.
Assim sendo, de forma consciente, um usuário de cocaína ou um jogador
de cartas pode lembrar-se da sensação de euforia proporcionada pela
recompensa obtida e ir atrás da repetição dela.
Isso explica por que as pessoas jogam ou cheiram cocaína, mas não
justifica a dependência química ou comportamental que desenvolvem pelo
resto da vida e que persiste, mesmo quando o prazer deixou de existir.
Este é o caso, por exemplo, do dependente de cocaína que desenvolve
delírios persecutórios toda vez que usa a droga, porém não consegue
deixar de usar, só aciona a memória do prazer e não a do desconforto.
Nas memórias “não conscientes” armazenadas em centros cerebrais
especializados, como o hipocampo, está a explicação do lado compulsivo
do comportamento que conduz às recaídas.
Ou seja, isto explica porque o usuário crônico insiste na busca de
uma recompensa que não mais encontrará. Por que fraqueja depois de ter
jurado parar? Por que alguém cheira cocaína mesmo quando vive o terror
das alucinações persecutórias toda vez que o faz?
A resposta estaria nos circuitos de neurônios responsáveis pela motivação, memória e aprendizado.
Alguns estudos mostram que a memória e o processo de aprendizado, bem
como a exposição do cérebro às drogas psicoativas, modificam a
arquitetura das sinapses (o espaço existente entre dois neurônios
através do qual o estímulo é modulado ao passar), dando início a uma
cadeia de eventos moleculares capazes de alterar o comportamento
individual por muito tempo.
Esse mecanismo comum permite entender por que a “fissura” associada à
abstinência costuma ser disparada por memórias ligadas ao consumo da
droga.
Conscientemente, o usuário pode decidir tomar outra dose ao recordar a
euforia ou a felicidade sentida anteriormente. Outros estímulos podem
causar efeito semelhante: a visão do cachimbo de crack, o tilintar do
gelo no copo, o esconderijo para fumar maconha. Mas existem lembranças
mais abstratas (um cheiro, uma música, um fato, uma luminosidade) que
podem induzir à procura da droga na ausência de “percepção consciente”.
E no processo de crise abstinência pode haver diversos sintomas:
crises de cólicas intestinais, náuseas e palpitação, o que evidenciam
que muitas recaídas estão associadas à ausência de “memória consciente”.
Isto está ligado a fantasias que o próprio cérebro cria sobre o uso
futuro, que podem ser influenciadas pelas lembranças dos efeitos
positivos e que pode ser uma força motivadora para reiniciar o uso da
substância.
A busca do prazer é uma característica do ser humano. No caso das
drogas, porém, ao querer superar a própria biologia por um artifício
químico, ele acaba se destruindo. O desejo de intensificar o prazer ao
máximo empurra o homem para um abismo, para uma batalha complexa de ser
vencida.
Em qualquer tratamento para dependência química é necessário que haja
um plano de prevenção à recaídas que ajude o indivíduo a ter treinar as
habilidades necessárias para suprir estas dificuldades.
Educar o dependente químico em recuperação sobre o processo de caída e
recaída ajudam, pois ele irá experimentar múltiplas tentativas de parar
até atingir estabilidade na mudança de comportamento que almeja.
Este processo ajuda a mudar o comportamento de dependência e a
quebrar o vínculo entre busca do prazer e o alívio (ainda que ilusório)
do sofrimento obtido com álcool e outras drogas.
O Plano de Prevenção da Recaída (PPR)
é um programa de psicoterapia e tratamento que se baseia na capacidade
individual da modificação de comportamentos aditivos e visa
conscientizar o dependente químico para antecipar, prevenir, modificar,
enfrentar, e lidar com situações que o coloque em risco de recaída,
situações que o faça voltar a consumir álcool ou outras drogas.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Cientistas acreditam ter descoberto uma variação de um gene que incentiva o consumo de álcool
- Cientistas acreditam ter descoberto uma variação de um gene que incentiva o consumo exagerado de álcool em algumas pessoas.
O gene, conhecido como RASGRF-2, eleva o nível de substâncias químicas presentes no cérebro associadas à sensação de felicidade e acionadas com a ingestão de bebidas alcoólicas, informou a revista científica PNAS.
A equipe de pesquisadores, formada por especialistas da Universidade Kings College, de Londres, descobriu que animais que não possuíam a variação do gene tinham menos "desejo" por álcool do que aqueles que apresentavam tal alteração.
O estudo também analisou exames de ressonância magnética dos cérebros de 663 adolescentes do sexo masculino.
O mapeamento revelou que em portadores da versão do gene associada à "bebedeira", todos com 14 anos de idade, havia uma atividade maior em uma parte do cérebro chamada estriado ventral, conhecida por liberar dopamina, substância associada à sensação de prazer.
Quando os pesquisadores questionaram os adolescentes sobre seus hábitos de consumo de álcool dois anos depois, descobriram que aqueles que tinham a variação do gene RASGRF-2 bebiam mais frequentemente.
Contudo, o responsável pelo estudo, Gunter Schumann, explicou que ainda não há provas contundentes de que o gene, sozinho, provocaria a compulsão alcoólica, uma vez que outros fatores ambientais e genéticos também estão envolvidos.
Ele ressaltou, por outro lado, que a descoberta é importante porque joga luz sobre os motivos pelos quais algumas pessoas tendem a ser mais vulneráveis ao álcool do que outras.
"Nosso estudo indica que talvez este gene regule a sensação de bem estar que o álcool oferece para determinados indivíduos", explicou.
"As pessoas buscam situações que provoquem tal sensação de "recompensa" e deixem-nas felizes. Portanto, se o seu cérebro for condicionado a atingir tal estágio por meio do álcool, é provável que sempre procure essa estratégia a fim de alcançar tal meta".
"Agora nós entendemos a cadeia da ação: como os genes moldam a função em nossos cérebros e como que, em contrapartida, isso afeta o comportamento humano".
"Nós descobrimos que o gene RASGRF-2 tem um papel crucial em controlar como o álcool estimula o cérebro a liberar dopamina e, em seguida, ativa a sensação de recompensa".
"Portanto, para as pessoas que têm a variação genética do gene RASGRF-2, o álcool lhes proporciona uma maior sensação de recompensa, levando-as a se tornar beberrões".
Schumann reiterou, entretanto, que mais provas são necessárias para comprovar sua teoria. Ele alertou que o estudo analisou apenas adolescentes do sexo masculino e de uma determinada idade, o que dificultaria estabelecer tendências de consumo de bebidas alcoólicas ao longo prazo.
Ele disse que, no futuro, pode ser possível realizar testes genéticos para ajudar a prever quais pessoas estão mais propensas ao consumo excessivo de álcool.
As descobertas também abririam caminho a novas drogas que bloqueiam o efeito de recompensa que algumas pessoas têm após ingerir bebida alcoólica.
Por outro lado, Dominique Florin, da entidade britânica Medical Council on Alcohol, faz um alerta.
"É provável que haja um componente genético relacionado ao consumo exagerado de álcool, mas isso não quer dizer que se você tiver o gene, você não pode beber, enquanto se você não o tiver, você pode beber o quanto quiser". - Fonte: BBC BRASIL
Estudo mostra eficácia do baclofeno para o tratamento do alcoolismo
- Um estudo dirigido por um médico francês de 2008 a 2010, publicado nesta semana na revista Frontiers in Psychiatry, mostra a eficácia do baclofeno no tratamento a longo prazo do alcoolismo.
Até o momento, a eficácia desta molécula, inicialmente prescrita na neurologia, mas cada vez mais utilizada no tratamento do alcoolismo, tinha sido testada apenas em curto e médio prazo, até um ano após o início do tratamento.
O novo estudo, liderado pelo Dr. Renaud de Beaurepaire (Groupe Hospitalier Paul-Giraud em Villejuif, perto de Paris), focou em 100 pacientes, dependentes de álcool e resistente aos tratamentos convencionais. Eles foram tratados com doses crescentes de baclofeno e sem limite superior.
Os resultados mostram que a percentagem de pacientes que se tornou totalmente abstinente ou que passou a ter um consumo normal, segundo os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi de aproximadamente 50% em todas as avaliações realizadas após três meses, seis meses, um ano e dois anos.
Um número de pacientes também conseguiu diminuir significativamente o seu consumo de álcool, mas sem ainda ter total controle, e passaram a se enquadrar na categoria de pacientes com "risco moderado", de acordo com padrões da OMS.
"O número total de pacientes que melhorou significativamente pelo tratamento foi de 84% em três meses, 70% em seis meses, 63% em um ano e 62% em dois anos", indica o estudo.
O dr. de Beaurepaire é um dos primeiros a receitar altas doses de baclofeno na França e é também um pesquisador de um grande estudo nacional, cujos resultados serão publicados em 2014.
"Esta é a primeira vez que acompanhamos por dois anos com resultados igualmente bons", afirmou à AFP o professor Philippe Jaury (Université Paris-Descartes).
O Baclofeno não é um produto milagroso, apresenta falhas na sua utilização, principalmente relacionadas com a intolerância de determinados efeitos secundários (fadiga, sonolência, etc.), o acompanhamento inadequado do tratamento e a falta de motivação, enumera o Dr. de Beaurepaire.
O Baclofeno é uma droga antiga, originalmente prescrita pela neurologia, para o tratamento de doenças como a esclerose múltipla e paralisia, mas cada vez mais usado na França no tratamento de dependência de álcool. - Fonte: Uol Ciência e Saúde
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