quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Legalização de drogas cria novos problemas

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A recente legalização da maconha no Uruguai originou novas discussões sobre a racionalidade dessa decisão que, na opinião de peritos, não levará a nada de bom.



Na realidade, a legalização de drogas leves no Uruguai pode ser qualificada como acontecimento do século. Pela primeira vez, o Estado autoriza e sujeita a seu controle todo o setor, das importações para as exportações, sem falar da semeadura, cultivo, colheita, transformação, compra, armazenamento, venda e propagação. Mas é evidente que o Uruguai não é o primeiro sujeito de direito internacional em que as ideias libertárias encontraram apoio por parte de círculos de poder. Podemos falar com certeza de uma nova tendência mundial, destaca o chefe da Seção da Ásia Média e Central do Instituto dos Países da CEI, Andrei Grozin:
“Aquilo que acontece hoje no mundo pode ser considerado como legalização de drogas leves, da maconha, em primeiro lugar. Por um lado, este é um acontecimento bastante extraordinário, pelo menos para a UE, porque os burocratas europeus tentavam até recentemente impedir esta ação liberal. Mas agora o pêndulo moveu-se para outra parte. Atualmente, a legalização de drogas leves é uma certa tendência. Por enquanto é impossível prever quanto tempo durar esta situação. Não diria que a legalização de drogas leves é uma tendência de longo prazo. Mas avaliando as decisões tomadas agora por alguns governos, a maconha equipara-se ao tabaco e álcool.”

É só à primeira vista que a tendência definida por peritos seja inofensiva. As drogas leves, tal como as drogas em geral, é o caminho mais curto ao inferno de onde não há saída, considera o presidente da Associação de Saúde Pública da Rússia, professor e doutor em Medicina, Andrei Demin:

“Uma política absolutamente justa é aplicada pelos países que proíbem as drogas e perseguem seus produtores e vendedores. Mas o número de consumidores é enorme. Esta é uma doença perpétua: mesmo se uma pessoa alcançar uma fase de remissão, ela deverá ser controlada até o fim dos seus dias. Isso, infelizmente, não é conhecido por todos. Mesmo as drogas legais, como, por exemplo, as bebidas alcoólicas e cigarros, são capazes de alterar a mentalidade humana. No fundo, esta é uma doença mental incurável. Infelizmente, a ciência não pode propor-nos algo hoje em dia. A eficácia de ações de reabilitação constitui 3%, não ultrapassando os limites de erro estatístico.”

Se enfrentarmos o problema da legalização de drogas leves (tal como outros problemas discutíveis) a partir da posição cui prodest, os consumidores não são beneficiários. Na opinião de Andrei Grozin:

“A legalização de drogas leves é vantajosa para seus produtores. Atualmente, o mercado de drogas é superlotado devido à situação no Afeganistão. Sua quantidade cresceu em flecha. São tantas que o mercado em que se vendiam não é capaz de absorve-las. Mas se o mercado legal ou semilegal de maconha ou de haxixe irá crescer, o volume de vendas aumentará também. Tal pode ser vantajoso também para os setores da economia mundial, que são auxiliares para a produção, o tráfico e o consumo de drogas. Em outras palavras, a legalização de drogas leves não apenas facilitará a vida a narcobarões, mas também a algumas companhias e estruturas financeiras que vivem à conta desse negócio, encontrando-se ao mesmo tempo na esfera da economia absolutamente legal.”

Especialistas afirmam que os mitos que justificam a liberalização da legislação, não resistem a quaisquer críticas. Por exemplo, a legalização de drogas não reduz o nível da criminalidade ligada ao seu consumo, não erradica o mercado paralelo e não enfraquece a atividade do crime organizado, assim como não impede a propagação da AIDS. Devemos constatar que a legalização não acaba com antigos problemas e cria novos. Se no governo do Uruguai prevaleceu um ponto de vista diferente, tal aconteceu contrariamente aos fatos evidentes.

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