domingo, 19 de janeiro de 2014

As drogas serão legalizadas?

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O mundo está perante um problema complicado – como liquidar o tráfico de droga e destinar o dinheiro obtido através da venda da marijuana para fins sociais e evitar com isso a marginalização dos consumidores na sociedade.

Em 2011, a Comissão Global para a Política Antidroga, da qual fazem parte altos responsáveis da ONU, recomendou, no âmbito do combate ao narcotráfico, experimentar a legalização de alguns tipos de drogas.
Segundo os dados do Comité Internacional sobre o Controle de Droga, cerca de 250 milhões de pessoas consomem droga e quase dez milhões são narcodependentes. Além disso, milhões se empenham na produção e distribuição de várias drogas. O ópio faz parte de muitos preparados médicos, enquanto que o consumo de marijuana pode ajudar na solução de problemas com menor risco para saúde.
O maior problema continua sendo a existência de numerosas quadrilhas que vendem estupefacientes. A proibição da marijuana no mercado faz com que vão surgindo novos análogos. Por isso, muitos países chegam à conclusão de que legalizar as drogas leves seria, em termos econômicos e sociais, mais conveniente.
A França será, pelo visto, um do países a legalizar a venda de drogas leves. O primeiro passo já foi dado – nas farmácias será vendido um remédio produzido à base de marijuana. Foi provada a sua eficiência no combate a esclerose e às doenças oncológicas e o consumo de marijuana foi permitido no estado de Colorado, que veio assim completar a lista de 20 estados norte-americanos que legalizaram a droga.
O proveito econômico está à vista. Após a abertura de 24 lojas que vendem maconha, no estado de Colorado, o lucro com a venda de drogas superou 2,5 milhões de dólares. Segundo peritos, em 2014, este montante será de 2,34 bilhões. Na opinião do politólogo russo Serguei Mikheev, o mundo está enfrentando um problema de subcultura narcótica.
“A revolução no consumo de drogas já aconteceu. As drogas se tornaram uma parte integrante da cultura mundial desde os anos 70 do século passado. Quando surgiu a narcomáfia global, se deu a revolução nesse sentido. Os países cedem perante a sua pressão. Por um lado, a subcultura narcótica traz os seus valores, e por outro lado, a sociedade se sente incapaz de controlar tais processos.”
Ao mesmo tempo, os remédios narcóticos sempre foram utilizados com fins curativos. No México, onde o consumo de drogas leves está legalizado, tais medidas ajudam a combater o crime organizado. Por isso, no parecer de Alexander Gusev, diretor do Instituto de Planeamento Estratégico, se trata de procura e não de uma revolução.
“As drogas sempre se utilizaram com fins médicos. O Estado irá combater a proliferação de drogas fortes no meio juvenil. Quanto à legalização de drogas leves, estas já foram permitidas em alguns países latino-americanos, em vários estados dos EUA e na Holanda. No entanto, nesses países continua se travando uma luta contra o narcotráfico.”
A existência de drogas vem colocando numerosos problemas sociais, econômicos e políticos. O Estado não pode deixar de controlar o processo de distribuição de drogas. Do ponto de vista biológico, o efeito de drogas sobre o organismo humano é diferente em cada caso concreto. A questão da legalização se prende com o controle e autocontrole, como no caso de consumo de álcool. Claro que uma parte da sociedade pode estar sujeita ao abuso e se marginalizar.
É por isso que na Alemanha, na Grã-Bretanha e na Bélgica foi permitido o consumo de canábis segundo receitas especiais. A sua posse também não se considera crime. Um spray desse tipo será vendido através de receita médica, no caso de “outros meios serem ineficazes para aliviar os sofrimentos do doente”.
Ksenia Fokina

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