quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O STF liberou a realização das Marchas da Maconha em 2012.

NOTÍCIAS DA ABEAD 16/12/2011
Debate

O STF liberou a realização das Marchas da Maconha em 2012. A Comissão Global de Política sobre Drogas, da qual faz parte o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse neste ano que a estratégia de guerra às drogas falhou. Criar uma via legal para o consumo de maconha aumentaria o uso de drogas? É o que perguntamos a dois especialistas.
Sim: “Ao flexibilizar, você aumentaria o consumo. Ficaria mais fácil produzir e distribuir a droga. Sabemos que a maconha é enganosamente segura. Do ponto de vista médico, posso dizer que ela é prejudicial: provoca perda de rendimento acadêmico, de memória e causa outros danos. Um estudo da Nova Zelândia afirma que adolescentes que fazem uso da maconha têm 10% de chances de desenvolver surto psicótico até os 20 anos. Legalizar vai aumentar o problema. Mesmo que fosse legalizada a venda só para maiores de idade, faltaria fiscalização. O álcool, por exemplo, é imbatível como problema social. E só agora temos uma lei mais forte. Cada droga tem seus custos sociais. Temos de defender a redução do consumo de drogas, inclusive as lícitas. O caminho é criar uma rede de atendimento, instituindo programas de prevenção e de tratamento.”
RONALDO LARANJEIRA, PSIQUIATRA
Não: “Vários países escolheram caminhos diferentes, com sistemas bem estruturados, para evitar que o consumo crescesse com a liberação. Holanda, Portugal e Espanha realizaram mudanças para políticas mais tolerantes, sem notar crescimento significativo do uso. Em Portugal, o sistema está sob a área de saúde e não da Justiça. A Holanda também tem uma série de ideias interessantes, como a filosofia de redução de danos. O país não tem problemas
graves com drogas hoje e quase erradicou o vício em heroína. Lá, o sistema foi todo montado para a proteção da juventude. Sistemas menos radicais têm se mostrado mais eficientes para manter os menores longe das drogas. Crianças não deveriam usar substâncias psicoativas. No nosso sistema, há crianças cada vez mais novas envolvidas com drogas, tanto como usuárias quanto como traficantes.”
DENIS RUSSO, AUTOR DE ‘O FIM DA GUERRA’

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