quinta-feira, 29 de novembro de 2012

EUA: empresas tabagistas devem admitir que enganaram o público

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    Uma juíza federal dos Estados Unidos ordenou nessa terça-feira que companhias de tabaco publiquem declarações corretivas admitindo que mentiram sobre os perigos de fumar e sobre seus efeitos na saúde, incluindo o fato de que o ato provoca a morte, em média, de 1,2 mil americanos por dia.

    Gladys Kessler dissera anteriormente que ela queria que a indústria pagasse pelas declarações em várias formas de propaganda. A decisão dessa terça, no entanto, indicou o conteúdo dos textos. Cada anúncio será introduzido por uma declaração de que uma corte federal concluiu que companhias de tabaco "deliberadamente enganaram o público americano sobre os efeitos do fumo na saúde".

    Entre as afirmações que as empresas serão obrigadas a veicular, estão a de que o número de mortes provocadas pelo fumo é maior que o causado por homicídios, suicídios, drogas, acidentes de trânsito, aids e álcool combinados, e que o fumo passivo mata mais de 3 mil americanos por ano.

    As afirmações serão divididas em cinco categorias. Entre as declarações, há que "as empresas de tabaco intencionalmente projetaram os cigarros para serem mais viciantes"; "quando você fuma, a nicotina altera o cérebro - por isso que é tão difícil parar"; entre outras.

    Em sua declaração, Kessler escreveu que todas as declarações corretivas são baseadas em conclusões apuradas pelo tribunal."Esta corte fez uma série de descobertas de que as empresas de tabaco perpetuaram fraude e enganaram o público no que se refere ao vício de cigarros e nicotina", disse a magistrada.

    Um porta-voz da Altria Group Inc., proprietária da maior companhia de tabaco dos Estados Unidos, a Philip Morris USA, afirmou que a empresa estava estudando a decisão da corte, mas não fez maiores comentários. Um representante da R.J. Reynolds Tobacco Co. declarou que a firma estava revendo a decisão e avaliando seus próximos passos, medida adotada por outras corporações do gênero.

    Ainda de acordo com a decisão, as companhias de tabaco e o Departamento de Justiça devem se reunir no início de dezembro para discutir como essas declarações corretivas serão implementadas, incluindo se elas serão inseridas em maços de cigarro e em propagandas na internet, TV e jornais. Essas discussões deverão ser concluídas até março de 2013.
     
  • Fonte: Terra notícias

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