domingo, 9 de fevereiro de 2014

Venda de bebidas alcoólicas abaixo do preço é proibida na Inglaterra


Jornal Folha de S. Paulo

DE SÃO PAULO

O governo vai proibir a venda da bebida alcoólica abaixo do preço de custo na Inglaterra e no País de Gales.
Segundo o jornal inglês The Guardian, ministros esperam que a medida, que entra em vigor no dia 6 de abril, breque os grandes descontos das redes de supermercados, que levaram uma lata de cerveja a custar menos do que água nesses estabelecimentos.
O novo “piso” para uma garrafa de vinho vai ser de aproximadamente R$ 10; uma garrafa de vodca vai custar, no mínimo, R$ 39.
Albert Gea/Reuters
An employee looks for a bottle at a wine shop in Alella, near Barcelona October 30, 2013. Spain just pulled clear of recession in the third quarter and inflation eased in October, data showed, laying foundations for a gradual recovery in consumer spending though the country's economic crisis looks far from over. Gross domestic product (GDP) inched 0.1 percent higher between July and September, state statistics agency INE said, notching up the first quarter-on-quarter growth since the beginning of 2011 and officially ending a two-year slump. REUTERS/Albert Gea (SPAIN - Tags: BUSINESS) ORG XMIT: BAR104
Funcionária em loja de vinhos
Cervejas de baixo teor alcoólico (1,2% ou menos) serão isentas da medida, assim como os free shops.
Segundo o jornal, ativistas da área de saúde acusaram os ministros de cederem à pressão da indústria de bebidas, em julho passado, quando eles rejeitaram um projeto que definia um preço unitário mínimo para o álcool e a proibição de promoções.
A Alcohol Health Alliance, que inclui universidades de medicina, disse que o impacto desta medida será insignificante.
Avaliação do impacto, publicado na terça-feira (4) confirma que é provável que a medida é atinja apenas 1,3% de todas as vendas de álcool, principalmente em supermercados.
A exposição de motivos que justificam a proibição, apresentados pela ordem parlamentar, diz que o “governo está empenhado em garantir que os casos mais graves de venda de álcool por baixos preços sejam proibidos”.
Os ministros insistem que venda abaixo do preço é um problema real, pois seis ou sete dos maiores supermercados ingleses já foram flagrados vendendo álcool a até 12% abaixo do preço de custo.
Eles também apontam para a crescente evidência de “esquentas”: dois terços dos jovens que foram presos por crime e desordem relacionada ao álcool em uma cidade inglesa admitiram ter se “afundado” com os baixos preços de bebida dos supermercados antes de sair para uma festa.
A avaliação de impacto oficial estima que a medida levará a uma economia de R$ 21 milhões por ano em benefícios para a saúde e R$ 14,2 milhões na economia de criminalidade.
A proibição será imposta através da introdução de uma condição de licenciamento obrigatório para todos aqueles que vendem álcool. Funcionários dizem que não esperam que as vendas de fora da Inglaterra e País de Gales através da Internet sejam um problema significativo, mas vai mantê-lo sob revisão.
Eric Appleby, diretor-executivo da Alcohol Concern, descartou o movimento: “A ideia de que a proibição de vendas abaixo do custo vai ajudar a resolver o nosso problema com o álcool é risível, é confuso e quase impossível de implementar. Além de tudo isso, os relatórios mostram que a medida teria um impacto em apenas 1% dos produtos de álcool vendido em lojas e supermercados, deixando intocadas bebidas que são tão descaradamente dirigidas aos jovens”.
“O governo está perdendo tempo enquanto evidências internacionais mostram que preço mínimo unitário é o que nós precisamos para salvar vidas e diminuir crimes”.
O ministro Norman Baker, entretanto, afirma que “a proibição da venda de álcool abaixo do preço vai parar os piores exemplos de consumo de bebida muito barata e prejudicial”. E completa: “É parte de uma ampla gama de medidas que estamos tomando, inclusive desafiando a indústria das bebidas de desempenhar um papel maior no combate aos abusos de álcool.”

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