Consumos de droga, álcool e tabaco sobem nas escolas públicas
Ionline.pt - Por Kátia Catulo
Inquérito revela que quase um terço dos alunos consumiu canábis pelo menos uma vez na vida
Os alunos das escolas públicas estão a consumir mais álcool, tabaco e
drogas. Esta é a conclusão que se pode retirar do Inquérito Nacional
em Meio Escolar, ontem divulgado em Lisboa, que denuncia ainda outra
realidade preocupante: 40 mil alunos do 3.o ciclo e do ensino secundário
(16% do total) consumiram recentemente canábis. Este valor representa
uma subida de 7% face aos resultados do inquérito feito em 2006 e
significa igualmente uma inversão da tendência de descida que vinha a
acontecer em anos anteriores. O estudo revela ainda que 29% dos alunos
já consumiram canábis uma vez na vida, pelo menos.
O estudo, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Adictivos e de
Dependências, o organismo que sucedeu ao Instituto da Droga e
Toxicodependência, abrangeu cerca de 65 mil alunos e a recolha de dados
aconteceu em Maio de 2011.
No consumo de bebidas alcoólicas, a tendência de aumento é semelhante
– desde 2006 há mais 10% de adolescentes a admitir ter ingerido bebidas
alcoólicas nos últimos 30 dias, com a cerveja a liderar as preferências
(51%), logo seguida das bebidas destiladas (50%).
Há ainda outro indicador a ter em atenção neste inquérito: dois
terços dos estudantes reportam casos de embriaguez muito recentes. Em
comparação com 2006, nota-se uma diferença: 32% dos alunos afirmaram,
naquele ano, ter consumido álcool no mês anterior. No secundário, aliás,
as situações de embriaguez subiram de 34% para 42% em 2011.
Relativamente a uma comparação entre as percentagens de jovens que
consumiram drogas no último mês em 2006 e a percentagens daqueles que o
fizeram agora assinala-se um aumento de 5% para 6%. Esta percentagem
representa um universo de 23 mil alunos.
Durante a apresentação do inquérito, o secretário de Estado Adjunto
do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, lembrou que em períodos de
crise há tendência para o aumento dos consumos de álcool ou de
substâncias ilícitas. Apesar de o fenómeno se estender também pelo resto
da Europa, o governante ressalva que está preocupado com a eventual
ideia entre os adolescentes de que a canábis é inócua: “É uma percepção
errada. O consumo de canábis aumenta o risco de psicoses, de
esquizofrenia”, advertiu, reconhecendo também a necessidade de
regulamentar a venda de álcool a menores de 18 anos.
Para já, Leal da Costa promete mudanças para breve na legislação
relacionada com as smart-shops (lojas de drogas legais). O governo está a
trabalhar
em nova legislação com o objectivo de travar a entrada e a
comercialização de grupos de moléculas que possam pôr em risco a saúde
pública. K. C.
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012
PORTUGAL: EXEMPLO PARA O MUNDO?
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